quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

O diabo veste Prada: o trabalho escravo por trás das grandes grifes

Esse foi o tema da palestra ministrada por Carlos Alberto Bezerra Jr, no segundo dia [7.dez], no Rock no Vale, no Acampamento JV, em Arujá/SP. Reflexão e debate sobre espiritualidade, consumo consciente e escravidão contemporânea.




Estamos na  era da iconofagia: nos alimentamos de imagens.

Se o que te dá valor é aquilo que você possui, então você não possui, é possuído.

E a melhor maneira de evitar que você seja possuído pelas coisas que você possui é sendo generoso.
Generosidade impede que as coisas que possuímos nos possuam.
Dê, doe, compartilhe, divida. Liberte-se.

Fazemos escolhas conscientes?

Compramos baseado em que valores?

Qual a distância entre o que queremos ter na nossa vida quando fazemos uma opção de consumo e o mundo que construímos para nós?




Será que compramos os conceitos de vida que queremos? Ou somos vítimas de uma indústria de vendas de ilusões?


Quando compramos uma ilusão, que tipo de indústria sustentamos?


Na semana em que aconteceu o São Paulo Fashion Week, os repórteres da Folha mostraram as duas faces dos escravos da moda: de um lado, trabalhadores bolivianos em condições análogas à escravidão em confecções na capital  paulista; de outro, frequentadores da SPFW, que gastam tudo que tem para se vestir de acordo com a moda.



As pessoas que são responsáveis não se percebem responsáveis por isso.


Pensamos que o trabalhos escravo está muito longe da gente.


Trabalho escravo não é coisa do passado. Existe, acontece e está perto de cada um de nós. No mundo todo, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que haja cerca de 27 milhões de escravos – e não apenas nas áreas rurais. Esse problema acontece também, e muito, nas zonas urbanas. No Estado de São Paulo, o trabalho escravo concentra-se especialmente nos setores da construção civil e da indústria têxtil. Hoje, a capital do Estado mais rico do país abriga mais de 10 mil oficinas de costura clandestinas, repletas de trabalhadores em condições de escravidão.



"How many slaves work for you?

Quantos escravos trabalham para você?


A Slaveryfootprint, uma organização contra trabalho escravo, possui em seu site uma forma de calcular quantos escravos estariam trabalhando para produzir os produtos que você consome. Com base em uma ação bastante interativa, o internauta drve responder algumas questões sobre seus hábitos de vida e consumo. Ao término do questionário, o site mostra regionalmente quantos, e em quais regiões do mundo, há escravos confeccionando os produtos que você utiliza. É uma estimativa com base em estudos, mas muito útil para se dar conta de que nesse momento, existem pessoas que estão sendo exploradas. Para participar do questionário, acesse www.slaveryfootprint.org e role a barra de navegação até o fim.

"Toda vez que você gasta dinheiro você está votando no tipo de mundo que você quer." Anna Lappe


Qual o nosso papel nessa história?

Temos um poder. É o poder da escolha. Que tem que ser uma escolha feita a partir dos nossos valores, das nossas crenças e da nossa ótica de valores humanos.
Está ao nosso alcance o poder de exigir transparência.
Se está barato de mais tem alguma coisa errada. Esse poder está na nossa mão.
Pela nossa ação podemos mudar essa imagem.

Muitas vezes investimos num mundo de exploração. Basta olhar ao redor.


Se a gente insistir no ideal de consumo que está sendo vendido pra nós como o ideal a ser buscado pra todo mundo, isso vai inviabilizar o mundo do ponto de vista ambiental, do ponto de vista de sustentabilidade de recursos. O pior, para manter isso , a outra metade do mundo precisa ser escravizada. 


No site www.reporterbrasil.org.br há uma lista suja do trabalho escravo.

"Corra o direito como a água, e a justiça como um rio caudaloso." [Amós 5:24]

Leia mais textos do Carlos Alberto Bezerra Jr
http://www.carlosbezerrajr.com.br/blog/

Veja todas as fotos do Rock No Vale na página [o caminho] no facebook:
https://www.facebook.com/media/set/?set=a.628378037223232.1073741886.388268301234208&type=3


[o caminho]
Eu leio!

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